Por: Plínio Francato – Fundador da Meta Azul

Uma questão muito importante na gestão das empresas que acompanho há anos é a determinação do valor justo para remuneração dos sócios. Esse ponto merece muita atenção e deve ser abordado com muito cuidado, já que alguns proprietários não conseguem separar a pessoa física em detrimento da pessoa jurídica, ou seja, as despesas e receitas pessoais das da empresa.

É do conhecimento da maioria que não podemos retirar o que desejamos, mas sim o que a empresa pode pagar. Ou seja, o valor justo para que as finanças continuem saudáveis e a empresa continue honrando com todos os compromissos financeiros assumidos, assim sem prejudicar o fluxo de caixa da empresa.

Para uma gestão eficiente e que lhe possibilitará manter a saúde financeira do seu negócio não devemos menosprezar o impacto que as retiradas pessoais dos sócios têm na operação como um todo e mais especificamente no fluxo de caixa da empresa.

Precisamos ter ciência que as finanças representam a base de todo negócio, portanto ela que dá sustentação para que uma empresa continue em atividade por longos períodos gerando assim empregos, arrecadações aos órgãos públicos e também lucros aos sócios e acionistas, afinal esse é o objetivo de toda empresa.

De maneira geral sabemos que as empresas através dos produtos e serviços ofertados e contratados é que giram a economia de uma determinada região e porque não de todo um país. Dizemos, portanto, que as finanças representam essa base, ela por si só não é capaz de trazer novos negócios, daí precisaremos construir os pilares que são basicamente os colaboradores, através dos setores de marketing, comercial, suporte, tecnologia e etc. Note que todos estarão sempre ligados às atividades financeiras, ou seja, a base do negócio.

Separar as despesas da pessoa física (sócio) da jurídica (empresa) é tão importante que ele é o 1º Princípio da contabilidade, princípios esses que são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. Assim a resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC 750/93, em seu Art 4º diz:

“O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição”.

Na atualidade, a maioria dos micro e pequenos empresários, que são administradores do próprio negócio, não colocam em prática o Princípio da Entidade, misturando as contas pessoais e empresariais. Muitas vezes, eles desconhecem a importância da aplicação do princípio.

A seguir apresentarei as 3 maneiras de como deve ser a remuneração dos sócios e explicarei melhor o que cada forma de remuneração representa para o negócio.

O salário dos sócios deve ser composto por três formas de retirada:

1) Retirada por Atividade

Ocorre quando o sócio executa tarefas operacionais do negócio.

Exemplo – Uma clínica veterinária onde o sócio é veterinário e também realiza atendimentos. Este, portanto, receberá pelos atendimentos que der, assim como os demais veterinários da clínica.

A retirada por atividade mostra aos outros funcionários da empresa que o sócio ganha tanto quanto qualquer outro funcionário que execute determinada função, criando assim um sentido de igualdade dentro da equipe.

Para o sócio, executar tarefas operacionais permite a proximidade ao cliente, e com isso o melhor entendimento de como atendê-lo, que níveis de estoque são necessários, quais as principais reclamações, etc. Vale o aviso, pois embora haja certo grau de importância para o sócio estar próximo à operação, este deve lembrar que ele é dono deste negócio e que mergulhado no dia a dia talvez não consiga fazer uma boa gestão da empresa. Por isso, vale equilibrar os papéis.

2) Pró-Labore

Valor fixo, pago ao sócio por mês, se este trabalha na empresa. Este valor deve ser justo com a empresa e justo com o mercado. Pró-labore se define pelo valor do trabalho e não por quanto o dono gostaria de ganhar. Uma boa forma de definir o pró-labore é se perguntar: Quanto eu pagaria para uma pessoa fazer isso?

Este valor deve ser o pró-labore, e não as necessidades financeiras pessoais do dono. Um sócio, por exemplo, que execute tarefas gerenciais na empresa, deverá ter um pró-labore definido de acordo com o valor que custaria à empresa a contratação de um gerente.

3) Distribuição de Lucros

Ao final de cada mês ou de um período determinado (trimestre, semestre, ano) os sócios de uma empresa devem calcular qual foi o lucro gerado pela empresa. Esta informação é de extrema importância, pois determinará se o negócio está indo bem e, se não estiver, que mudanças serão necessárias para colocar a empresa nos trilhos. O valor calculado como lucro pode (e deve) ser distribuído aos sócios. É sempre importante definir previamente quais as regras desta distribuição:

  1. De quanto em quanto tempo haverá distribuição;
  2. Qual a parcela de cada sócio – se será feito de acordo com a distribuição societária (quotas) ou não;
  3. Haverá ou não um percentual deste lucro (ou valor fixo) a ser mantido como Reserva de Caixa;
  4. Regras de antecipação de lucros, etc.

Portanto o salário de um sócio será a soma destas três retiradas. E se o sócio não trabalhar no negócio, este terá somente a distribuição de lucros (se houver lucros).

Avalie sua retirada total para entender qual das três retiradas lhe traz maiores valores.

Se sua maior retirada for por atividade, cuidado, pois sua empresa pode estar muito dependente de você.

Se sua maior retirada for o Pró-Labore, cuidado, pois você pode estar custando caro para sua empresa e isso pode gerar dificuldade para ela se manter.

Mas se sua maior retirada vem em forma de lucros, parabéns, pois isso mostra que a empresa está indo bem e você está sendo um bom gestor.

 

 

Por Sérgio Lobato

Vivemos em um mundo de contrassensos e contratempos, um universo onde a economia brasileira apresenta sinais de estagnação e de retração em muitos setores e o cenário nos diz que é hora de reorganizar e planejar nossas estratégias para passarmos por mais essa temporada difícil.

Mesmo o mercado pet aparecendo como uma das locomotivas em faturamento no segmento de serviços, ainda temos um quadro dissonante que é sua participação abaixo dos 10 pontos percentuais no setor de Serviços Veterinários.

Por que isso ocorre?

Um cenário que é resultado da soma de fatores que vem se solidificando através dos anos, como parte da rotina do mercado veterinário…

Vamos conhecer alguns deles?

– Falta de divulgação, por parte das entidades de classe, sobre a Medicina Veterinária e sua importância para a sociedade, dando margem ao surgimento de uma lacuna nessa relação;

– Surgimento e Fortalecimento do Fenômeno Google onde as pessoas buscam soluções rápidas e sem custo para os problemas de seus animais de estimação;

– Crise econômica que faz com que o número de visitas ao veterinário e o consumo de serviços oferecidos pelas clínicas e hospitais diminua drasticamente.

Como enfrentar esse cenário e aumentar meu faturamento então? Existe uma regra? Uma receita única?

Não! Claro que não! Mas as oportunidades e ferramentas estão disponíveis para todos. Basta que cada profissional assuma seu papel de gestor e decida quais se aplicam melhor ao momento onde seu negócio se encontra!

Promova a Medicina Veterinária e os benefícios que ela traz para a saúde de toda a família!

Crie campanhas promovendo os serviços que você oferece regularmente na sua clínica, educando seus clientes sobre todos os exames e cuidados necessários para garantir o bem estar dos seus animais de estimação.

Crie mecanismos que facilitem o acesso aos serviços médicos veterinários nessa época de crise econômica como oferecer planos de saúde customizados, que trazem esse trinômio segurança-economia-acessibilidade, garantindo que o alcance ao serviço médico veterinário esteja garantido quando mais os clientes precisarem.

Escolha planos de medicina pré-paga que sejam adequados ao seu negócio e ao seu público alvo. E use-os de forma estratégica e segmentada acima de tudo!

Use-os em horários de baixo movimento para estimular o fluxo de clientes, por exemplo!

Lembre-se …novos tempos novas estratégias!

Mas seja ético e seja antes de tudo Médico(a) Veterinário(a)!

 

 

 

 

 

 

Por: Sérgio Lobato

Gestão …afinal eu preciso mesmo saber como usar?

Um dos maiores desafios da nova identidade profissional Médica Veterinária é assumir que parte integrante dessa personalidade deve ser composta por um mix de ferramentas e atitudes do universo da administração, ou se assim desejam chamar…Gestão!

Gerir um centro veterinário é uma condição fundamental para o sucesso na Clínica de Pequenos Animais, pois o Gerir significa:

  • Observar
  • Analisar
  • Pensar
  • Organizar
  • Promover
  • Executar
  • Avaliar
  • Corrigir
  • Recomeçar

O Ato Médico Veterinário envolve uma série de exigências para sua execução, que nos são impostas a partir do momento em que nos formamos e saímos dos bancos das universidades e vamos trabalhar para outros profissionais ou decidimos montar nossos próprios centros veterinários.
Existem regras e normas em várias esferas: desde questões técnicas, questões documentais ou de licenciamento para o próprio exercício da profissão.
Mais adiante, temos que entender que seremos personagens de relações profissionais com nossas equipas de trabalho, nossos fornecedores e principalmente com nossos clientes, consumidores dos serviços que oferecemos e razão da existência de nossos negócios.

Como entender a importância de organizar e definir procedimentos de treinamento de nossas equipas de trabalho para que nossos clientes já sejam recebidos com um diferencial de serviço de qualidade? Fazendo Gestão!

Como melhorar os nossos processos de atendimento veterinário, controlando custos operacionais e garantindo atendimento de excelência? Fazendo Gestão!

Como organizar os programas de controle de qualidade internos de nossos centros veterinários visando o lucro e a sustentabilidade da empresa? Fazendo Gestão!

Como criar um programa de benefícios e vantagens adequados à nossa realidade e que gere percepção de valor aos nossos clientes ? Fazendo Gestão!

O grande desafio é primeiro CONSCIENTIZAR os profissionais veterinários sobre o conceito de gestão e mostrar que eles podem assumir esse papel de Gestores de forma tranquila e sem stress, desde que haja um planejamento passo a passo, sem atropelos, sem verdades absolutas  e sem receitas únicas.

Os desafios da Gestão em tempos modernos estão associados à velocidade com que se transformam os conceitos de relacionamento, expectativas e percepções de valor por parte de nossos clientes…Tempos Modernos , Novas Estratégias….

Pense nisso!

 


Sérgio Lobato estará presente no evento VetBizz em Lisboa, dia 10 de outubro, palestrando sobre Gestão Veterinária! Para saber mais, acesse aqui.

Inovação em tempos de persistência! – por Sérgio Lobato

“Inovação – derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores.”

É Mercado Pet…..

Mais um ano se apresentou e se aproxima da sua metade. Ano que se iniciou com sua personalidade onde a persistência, o esforço e o trabalho sustentado serão a base e a tônica para todos os participantes do Mercado Pet.

Quando li esse tipo de “classificação”  nas revistas que falam sobre o destino do ano, das pessoas e das empresas, me peguei a pensar  em como poderíamos diferenciar a performance de nossas empresas com persistência, esforço e muito trabalho.

A resposta veio fácil…com Inovação!

Atuar na Gestão de Inovação em Negócios Veterinários é continuamente buscar explorar com sucesso ideias novas na forma de produtos, marcas, serviços, processos e modelos de negócios.

Mas com que objetivo, Sérgio?

Em um mercado sem muita diferenciação como o Mercado Pet, onde a commoditização parece ser a tônica geral, a inovação garante um diferencial competitivo para fabricantes, distribuidores e prestadores de serviços que passam a aumentar suas receitas, sua visibilidade no mercado, conquistam novos mercados, oferecem novas soluções e criam novas necessidades.

E o que elas conseguem então?

Aumentar o valor de suas marcas, ter um posicionamento de análise de novas parcerias de forma mais estratégica e produtiva e, claro, aumentar suas receitas.

Mas antes de todos pensarem em criar um “departamento de inovação”  em suas empresas pet, é importante lembrar que inovação não é apenas ter uma boa ideia instantânea – é, principalmente, entender que a inovação é um processo que trará resultados SUSTENTÁVEIS a médio e longo prazo.

Inovar é encontrar novos caminhos, não apenas remodelar processos, e sim, criar novos!

Mas como eu faço isso no Mercado Pet, Sérgio?

Seja em um novo sistema de atendimento aos clientes, novas campanhas estratégicas e promocionais junto aos seus consumidores, novos canais de comunicação com mídia e mercado consumidor, seja através do lançamento de produtos que atendam demandas, necessidades e desejos de uma forma mais rápida, prática, operacional e mais barata para os seus consumidores. Pense em como criar novos meios de estar presente no dia a dia de seus clientes! Que tal um workshop sobre questões fiscais na sede da sua distribuidora para seus melhores clientes?

Por que não ter uma funcionária qualificada para concentrar todas as demandas que cheguem até a empresa pelos canais de comunicação como SAC, por exemplo, e fazer com que ela seja capaz de interagir de forma intensiva como uma Gerente de Relacionamento?

Por que não oferecer serviços de acompanhamento psicoterápico aos proprietários de animais de estimação internados?

Por que não ser capaz de fazer reais rodadas de negócio nas suas empresas com seus fornecedores e compradores nas quais o planejamento do grupo seja colocado como uma estratégia planificada para o sucesso de todos, onde o comprometimento de empresas que antes pareciam separadas possam ser consideradas partes de um condomínio empresarial?

Por que não de uma vez por todas entender que as decisões empresariais dentro de estabelecimentos veterinários devem ser baseadas em dados confiáveis? É muito importante entender que toda informação que você possui e o seu concorrente não possui sobre seu cliente  é seu diferencial competitivo, e pode e DEVE ser usada de forma racional, planejada e estratégica. Conhecer os seus clientes é conhecer o perfil de consumo dentro de seu estabelecimento, é saber como está a oferta daquilo que realmente importa para o seu público consumidor, delineando então suas decisões estratégicas e planejamento de investimentos, por exemplo.

Sem um confiável sistema de gestão suas decisões não passarão de achismos superficiais que poderão não te ajudar a atingir seus objetivos finais!

Inovar é entender que obter novos resultados, alcançar novas metas, e elevar sua empresa a novos patamares de sucesso de produtividade passa pela necessidade de reconhecer a importância dessa atitude empresarial, estabelecer um programa de implementação para essa mudança de postura e criar um novo olhar para o que acontece ao seu redor…afinal inovação não combina com acomodação!

Pense nisso!

Descrição Sérgio Lobato