Por: Plínio Francato – Fundador da Meta Azul

Uma questão muito importante na gestão das empresas que acompanho há anos é a determinação do valor justo para remuneração dos sócios. Este ponto merece muita atenção e deve ser abordado com muito cuidado, já que alguns proprietários não conseguem separar a pessoa física em detrimento da pessoa jurídica, ou seja, as despesas e receitas pessoais das da empresa.

É do conhecimento da maioria que não podemos retirar o que desejamos, mas sim o que a empresa pode pagar. Ou seja, o valor justo para que as finanças continuem saudáveis e a empresa continue a honrar com todos os compromissos financeiros assumidos, sem prejudicar o fluxo de caixa da empresa.

Para uma gestão eficiente e que lhe possibilitará manter a saúde financeira do seu negócio não devemos menosprezar o impacto que as retiradas pessoais dos sócios têm na operação como um todo e mais especificamente no fluxo de caixa da empresa.

Precisamos estar conscientes que as finanças representam a base de todo negócio, sendo por isso o que dá sustentação para que uma empresa tenha longevidade e, desta forma, consiga gerar empregos, gerar receitas para o estado e também lucro aos sócios e accionistas, afinal esse é o objetivo de qualquer empresa.

Regra geral sabemos que as empresas através das suas ofertas de produtos e serviços, são o motor da economia de uma determinada região e, porque não, de todo um país. Dizemos, portanto, que as finanças representam essa base, uma base que por si só não é capaz de gerar novos negócios, e por isso precisamos construir os pilares, que são os colaboradores, através dos setores de marketing, comercial, suporte, tecnologia e etc. Sendo que todos estarão sempre ligados às atividades financeiras, ou seja, a base do negócio.

Atualmente, a maioria dos empresários donos de micro e pequenas empresas, não colocam em prática esta separação da pessoa física e da pessoa jurídica. Muitas vezes, desconhecem a importância de o fazerem.

A seguir apresentarei as 3 formas de como deve ser a remuneração dos sócios e explicarei melhor o que cada forma de remuneração representa para o negócio.

O salário dos sócios deve ser composto por três formas de remuneração:

1) Remuneração por Atividade

Ocorre quando o sócio executa tarefas operacionais do negócio.

Exemplo – Uma clínica veterinária onde o sócio é veterinário e também dá consultas e faz cirugias, recebendo, por isso, pelos atendimentos que fizer, tal como os restantes veterinários da clínica.

A remuneração por atividade mostra aos outros funcionários da empresa que o sócio tem um vencimento idêntico ao de qualquer outro funcionário que execute determinada função, criando assim um sentido de igualdade dentro da equipa.

Para o sócio, executar tarefas operacionais permite a proximidade ao cliente, e com isso o melhor entendimento de como atendê-lo, que quantidade de stock é necessária, quais as principais reclamações, etc. Servirá para compreender melhor o negócio, uma vez que embora seja importante para o sócio estar próximo da operação, não se deve esquecer que é gestor da empresa e que mergulhado no dia a dia talvez não consiga fazer uma boa gestão, por isso, há que equilibrar os papéis.

2) Remuneração aos Sócios

Valor fixo, pago ao sócio por mês, caso este trabalhe na empresa. Este valor deve ser justo com a empresa e justo com o mercado. É definido pelo valor do trabalho e não por quanto o sócio gostaria de ganhar. Uma boa forma de encontrar o valor justo é perguntar: Quanto é que eu pagaria para uma pessoa fazer isto?

Este valor deve ser uma remuneração justa, e não um valor para satisfazer as necessidades financeiras pessoais do sócio. Um sócio, por exemplo, que execute tarefas de gerência, deverá ter uma remuneração definida de acordo com o valor que custaria à empresa a contratação de um gerente.

3) Distribuição de Lucros

No final de cada mês ou de um período determinado (trimestre, semestre, ano) os sócios de uma empresa devem calcular qual foi o lucro gerado pela empresa. Esta informação é de extrema importância, pois determinará se o negócio está a correr bem e, se caso não esteja, que mudanças serão necessárias para colocar a empresa no caminho certo. O valor calculado como lucro pode (e deve) ser distribuído pelos sócios. É sempre importante definir previamente quais as regras desta distribuição:

  1. Qual a periodicidade em que ocorrerá distribuição;
  2. Qual a parte de cada sócio – se será feito de acordo com a distribuição societária (quotas) ou não;
  3. Haverá ou não uma percentagem desse lucro (ou valor fixo) a ser mantido na empresa como Reserva ou mesmo para Investimento;
  4. Regras de antecipação de lucros, etc.

Portanto, o salário de um sócio será a soma destas três remunerações. E se o sócio não trabalhar no negócio, terá apenas a distribuição de lucros (caso existam).

Avalie a sua remuneração total para entender qual das três é a mais compensatória.

Se a sua maior remuneração for por atividade, esteja atento para o facto da empresa poder estar muito dependente de si.

Se a sua maior remuneração for a Remuneração aos Sócios, verifique se não está com um custo elevado para a sua empresa o que pode ser uma dificuldade para subsistir.

Mas se a sua maior compensação vem em forma de lucros, parabéns, isso mostra que a empresa é saudável, está no caminho certo e a ser bem gerida.

Por: Sérgio Lobato

Gestão …preciso mesmo saber como usar?

Um dos maiores desafios da nova identidade profissional Médica Veterinária é assumir que parte integrante dessa personalidade deve ser composta por um mix de ferramentas e atitudes do universo da administração, ou se preferirem…Gestão!

Gerir um centro veterinário é uma condição fundamental para o sucesso numa Clínica de Pequenos Animais, pois “Gerir” significa:

  • Observar
  • Analisar
  • Pensar
  • Organizar
  • Promover
  • Executar
  • Avaliar
  • Corrigir
  • Recomeçar

O Ato Médico Veterinário envolve uma série de exigências na sua execução, que nos são impostas a partir do momento em que nos formamos, saímos das cadeiras das universidades e vamos trabalhar para outros profissionais ou decidimos abrir os nossos próprios centros veterinários.
Existem regras e normas em várias esferas: desde questões técnicas, questões documentais ou de licenciamento para o próprio exercício da profissão.
Mais adiante, temos que entender que seremos personagens de relações profissionais com as nossas equipas de trabalho, nossos fornecedores e principalmente com os nossos clientes, consumidores dos serviços que oferecemos e razão da existência dos nossos negócios.

Como entender a importância de organizar e definir procedimentos formativos para as nossas equipas de trabalho de forma a que os nossos clientes já sejam recebidos com um diferencial de serviço de qualidade? Gerindo!

Como melhorar os nossos processos de atendimento veterinário, controlando os custos operacionais e garantindo um atendimento de excelência? Gerindo!

Como organizar os programas de controle de qualidade internos dos nossos centros veterinários visando o lucro e a sustentabilidade da empresa? Gerindo!

Como criar um programa de benefícios e vantagens adequados à nossa realidade e que gere percepção de valor aos nossos clientes ? Gerindo!

O grande desafio é primeiro CONSCIENCIALIZAR os profissionais veterinários sobre o conceito de gestão e mostrar que eles podem assumir esse papel de Gestores de forma tranquila e sem stress, desde que haja um planeamento passo a passo, sem atropelos, sem verdades absolutas  e sem receitas únicas.

Os desafios da Gestão em tempos modernos estão associados à velocidade com que se transformam os conceitos de relacionamento, expectativas e percepções de valor por parte de nossos clientes…Tempos Modernos , Novas Estratégias….

Pense nisso!

 


O Sérgio Lobato estará presente no evento VetBizz em Lisboa, dia 10 de outubro, com uma palestra sobre Gestão Veterinária! Para saber mais, aceda aqui.

Inovação em tempos de persistência! – por Sérgio Lobato

“Inovação – derivada do termo latino innovatio, e se refere a uma ideia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores.”

É Mercado Pet…..

Mais um ano se apresentou e se aproxima da sua metade. Ano que se iniciou com sua personalidade onde a persistência, o esforço e o trabalho sustentado serão a base e a tônica para todos os participantes do Mercado Pet.

Quando li esse tipo de “classificação”  nas revistas que falam sobre o destino do ano, das pessoas e das empresas, me peguei a pensar  em como poderíamos diferenciar a performance de nossas empresas com persistência, esforço e muito trabalho.

A resposta veio fácil…com Inovação!

Atuar na Gestão de Inovação em Negócios Veterinários é continuamente buscar explorar com sucesso ideias novas na forma de produtos, marcas, serviços, processos e modelos de negócios.

Mas com que objetivo, Sérgio?

Em um mercado sem muita diferenciação como o Mercado Pet, onde a commoditização parece ser a tônica geral, a inovação garante um diferencial competitivo para fabricantes, distribuidores e prestadores de serviços que passam a aumentar suas receitas, sua visibilidade no mercado, conquistam novos mercados, oferecem novas soluções e criam novas necessidades.

E o que elas conseguem então?

Aumentar o valor de suas marcas, ter um posicionamento de análise de novas parcerias de forma mais estratégica e produtiva e, claro, aumentar suas receitas.

Mas antes de todos pensarem em criar um “departamento de inovação”  em suas empresas pet, é importante lembrar que inovação não é apenas ter uma boa ideia instantânea – é, principalmente, entender que a inovação é um processo que trará resultados SUSTENTÁVEIS a médio e longo prazo.

Inovar é encontrar novos caminhos, não apenas remodelar processos, e sim, criar novos!

Mas como eu faço isso no Mercado Pet, Sérgio?

Seja em um novo sistema de atendimento aos clientes, novas campanhas estratégicas e promocionais junto aos seus consumidores, novos canais de comunicação com mídia e mercado consumidor, seja através do lançamento de produtos que atendam demandas, necessidades e desejos de uma forma mais rápida, prática, operacional e mais barata para os seus consumidores. Pense em como criar novos meios de estar presente no dia a dia de seus clientes! Que tal um workshop sobre questões fiscais na sede da sua distribuidora para seus melhores clientes?

Por que não ter uma funcionária qualificada para concentrar todas as demandas que cheguem até a empresa pelos canais de comunicação como SAC, por exemplo, e fazer com que ela seja capaz de interagir de forma intensiva como uma Gerente de Relacionamento?

Por que não oferecer serviços de acompanhamento psicoterápico aos proprietários de animais de estimação internados?

Por que não ser capaz de fazer reais rodadas de negócio nas suas empresas com seus fornecedores e compradores nas quais o planejamento do grupo seja colocado como uma estratégia planificada para o sucesso de todos, onde o comprometimento de empresas que antes pareciam separadas possam ser consideradas partes de um condomínio empresarial?

Por que não de uma vez por todas entender que as decisões empresariais dentro de estabelecimentos veterinários devem ser baseadas em dados confiáveis? É muito importante entender que toda informação que você possui e o seu concorrente não possui sobre seu cliente  é seu diferencial competitivo, e pode e DEVE ser usada de forma racional, planejada e estratégica. Conhecer os seus clientes é conhecer o perfil de consumo dentro de seu estabelecimento, é saber como está a oferta daquilo que realmente importa para o seu público consumidor, delineando então suas decisões estratégicas e planejamento de investimentos, por exemplo.

Sem um confiável sistema de gestão suas decisões não passarão de achismos superficiais que poderão não te ajudar a atingir seus objetivos finais!

Inovar é entender que obter novos resultados, alcançar novas metas, e elevar sua empresa a novos patamares de sucesso de produtividade passa pela necessidade de reconhecer a importância dessa atitude empresarial, estabelecer um programa de implementação para essa mudança de postura e criar um novo olhar para o que acontece ao seu redor…afinal inovação não combina com acomodação!

Pense nisso!

Descrição Sérgio Lobato